Jequitinhonha promove encontro das culturas e com as raízes BICENTENÁRIO DA CIDADE DE JEQUITINHONHA A cidade de Jequitinhonha, no an...
Jequitinhonha promove encontro das culturas e com as raízes
BICENTENÁRIO DA CIDADE DE JEQUITINHONHA |
A cidade de Jequitinhonha, no ano do seu 200º aniversário, realizará o "Encontro Indígena – Homenagem ao borun Kuêk e ao Príncipe Maximiliano de Wied", nos dias 13/14/15 de maio, ocasião em que serão restituídos à tribo Krenak os restos mortais do borun (“botocudo”) Kuêk, morto em 1834 na Alemanha e desde então expostos no Museu de Anatomia da Universidade de Bonn.
Jequitinhonha pediu, por uma questão de dignidade humana e amor a um filho do Vale, a devolução dos restos mortais, e a Alemanha concordou, por uma questão de correção política.Um ato de firmeza do Govêrno alemão, dada a resistência e a desaprovação de alguns grupos conservadores lá no país.
Atuaram nas negociações o Prof. Karl Schilling,diretor do Museu de Anatomia da Universidade Friedrich-Wihelms, de Bonn, de maneira determinante (a ele cabia a palavra final, como guardião da relíquia); o dr. Uwe Kaerstner. ex-embaixador da Alemanha no Brasil e grande amigo do nosso País; a Embaixada do Brasil em Berlim; o Ministério do Exterior da Alemanha, e o dr. Roberto Botelho, prefeito de Jequitinhonha.
A relíquia será trazida até o Rio de Janeiro pelo diretor do museu, Prof. Karl Schilling, de lá até Jequitinhonha será acompanhada também pelo Cônsul geral alemão. O prefeito receberá a urna funerária das mãos do Cônsul, dr. Michael Worbs e, ato contínuo, a entregará à tribo Krenak, do tronco borun, que irá fazer o enterramento segundo seus rituais e crenças, em sua aldeia. Uma rua da Jequitinhonha será denominada "Kuêk", outra "Príncipe Max".
Presentes, as nações Maxakali, Pataxó, Pankararu, Aranãs, e a já citada Krenak.; autoridades estaduais e municipais. E, naturalmente, o povo de Jequitinhonha, também protagonista nesse três dias de festas, conferências, debates, danças, cantos e mostra de artesanato indígena.
Jequitinhonha recebe de volta um filho do Baixo Vale, levado para longe pelas circunstâncias da vida (isso faz vocês lembrarem de alguma coisa, não é?). E o encontro das nações aqui na cidade significa um reencontro de Jequitinhonha com suas raízes indígenas, e um aceno ao seu passado, em que era tão percorrido por povos de tantas culturas. E, quem sabe, um sinal para o seu futuro?
DEIXE SUA OPINIÃO